Na zona de atividades económicas da freguesia de Ramalde, na cidade do Porto, foi desenvolvido um programa que assentou na recuperação de um conjunto de edifícios industriais devolutos, transformando-os num clube de padel com um conceito inovador.
O conjunto de pavilhões existentes, inutilizados há alguns anos e justapostos lado a lado, tornou-se num desafio para a adequação do programa planeado. A necessidade de minimização dos custos de intervenção e a adequada articulação do programa com a malha estrutural existente tornou-se patente.
A proposta idealizada assenta na manutenção da volumetria existente, adaptada ao programa pretendido, que inclui a criação de um complexo de padel com 14 campos, dois deles com bancadas, um ginásio, uma loja dedicada ao padel, uma sala para eventos, espaço de fisioterapia, zona de aquecimento e um lounge bar com vista panorâmica para os campos premium, assim como uma zona de diversão para os mais novos. O estacionamento é assegurado por um parque automóvel dentro do próprio PAC, com capacidade para mais de 100 lugares, dos quais 39 são cobertos.
Esteticamente, identifica-se pela manutenção da imagem industrial em todos os espaços, com as estruturas metálicas expostas, tubagens, caminhos de cabos e betão aparente, ficando o mais visíveis possível, mostrando a beleza e autenticidade que têm em si mesmos. Optou-se igualmente pela manutenção dos pavimentos existentes, em betão de diferentes idades, que foram afagados mecanicamente, dando no final uma imagem coerente, sofisticada e pura. Grande parte das novas paredes executadas, nomeadamente junto às bancadas, estas próprias bancadas, casas de banho e circuitos de evacuação, caracterizam-se pela expressividade simples e brutalista dos materiais, resumindo-se apenas ao essencial.
A preservação do património industrial desperta lembranças de tempos passados, sentimentos ambíguos, tanto positivos como melancólicos. A imagem exterior emana uma certa nostalgia industrial, cromaticamente de cor neutra, tornando-se de certa forma contemporânea, caracterizada pela densidade e materialidade da linguagem industrial.